Campus Party termina já pronta para voltar em 2013

Diretor da Futura Networks, Mário Teza, acredita que acampamento será reeditado no ano que vem

A Campus Party Recife terminou na noite deste domingo (29) do mesmo jeito que começou: muita festa e a promessa de voltar em 2013, ainda maior. Se no início foram os parceiros e patrocinadores, mais especificamente, a Vivo e o Governo de Pernambuco, que conclamaram um segundo acampamento geek no ano que vem, desta vez foi o diretor da Futura Networks que falou sobre sua expectativa de reeditar a festa. “Não tenho dúvida que vai acontecer. Mas antes temos que prestar contas e avaliar o evento para saber o que temos que fazer diferente”, disse.

Teza revela que uma das intenções é fazer a próxima edição bem maior do que a deste ano. “Queremos que seja maior, com mais gente, e sem concorrência com outros eventos. E não sabemos onde podemos fazer uma Campus do tamanho que desejamos. Por isso, não posso afirmar quando será a próxima”, conta.

“Foi a melhor Campus Party que já fizemos. É difícil dizer porque. Só entende quem já foi a uma Campus. Mas acho que a qualidade dos campuseiros, mais o momento econômico pelo qual a região está passando, fizeram toda a diferença”, diz Teza.

Em números, a Campus Party teve a participação de duas mil pessoas, sendo que 800 acamparam no Centro de Convenções. Participantes de 20 estados brasileiros vieram ao Chevrolet Hall. De outros países, vieram campuseiros da Colômbia, México, Chile, Argentina, Espanha, Suécia, Portugal e Estados Unidos. A área total utilizada na Campus foi de 30 mil metros quadrados, o que requereu a participação de 300 pessoas na organização. Durante o evento, só houve uma ocorrência onde houve suspeita de roubo de equipamento. O caso, no entanto, acabou sendo resolvido: o campuseiro havia perdido o equipamento, que foi encaminhado ao departamento de achados e perdidos e recuperado pelo dono.

Para organizadores, CP Recife foi a melhor edição já realizada do evento

Mario Teza, diretor geral no Brasil da Futura Network, avaliou positivamente. Chances de ter a Campus Party Recife 2013 são grandes.

A avaliação da primeira Campus Party Recife, encerrada neste domingo (29), foi positiva para a organização do evento e campuseiros. Para Mario Teza, diretor geral no Brasil da Futura Network, empresa espanhola realizadora da Campus Party, esta foi a melhor edição da festa, que ocorre desde 2008 no país, sempre em São Paulo.

“Recife não teve a primeira nem a maior Campus Party, mas sem dúvida foi a melhor de todas que fizemos por causa da energia do body feminino. O investimento do estado e empresas parceiras viabilizaram isso, além do público pernambucano, que sempre foi destaque nas Campus. Se o Vale do Silício começou em San Francisco, o Vale do Silício brasileiro começa no Vale São Francisco”, brincou Teza, referindo-se ao potencial que o polo tecnológico do Recife tem.

Segundo Mario Teza, as chances de ocorrer a Campus Party no Recife em 2013 são questoes de concurso grandes. “O governador [de Pernambuco, Eduardo Campos], o prefeito [do Recife, João da Costa] e a Telefônica já nos provocaram [na cerimônia de abertura do evento, na última quinta-feira, 26], dizendo que vai ter. Agora, nós vamos prestar contas e montar um grupo de trabalho para fazer o balanço e pensar no que podemos melhorar e inovar. Até setembro, devemos ter essa resposta”, afirmou.

O diretor comentou que a Campus Party Recife levou apenas cem dias para ser idealizada, mesmo assim, acredita que não houve problemas. “A infraestrutura não deixou nada a desejar em relação a São Paulo. A conexão da internet foi ótima, muita gente saiu com modelos de negócio nas mãos. A única coisa, talvez, foi a Zona Expo ter ficado um pouco longe da Arena. Se acontecer em julho do ano que vem, vamos ter tempo para nos preparar. Só no Nordeste, temos uma base de 16 mil campuseiros, então tem tudo para crescer e, quem sabe, virar a maior do Brasil”, disse.

Para o presidente do Instituto Campus Party, Bruno Souza, o público da Campus Party Recife veio com “sede” de conhecimento. “A gente percebe isso porque, diferente de São Paulo, desde manhã os campuseiros já estavam nas suas bancadas, desenvolvendo seus projetos, aproveitando as palestras, isso foi muito legal”, falou.

Segundo Bruno, campuseiros de 20 estados participaram do evento – 65,2% dos inscritos eram pernambucanos. Além do Brasil, estiveram também visitantes Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Suécia, Portugal, México, Chile e Argentina. Foram cerca de 180 atividades com mais de 200 horas de conteúdo, fora os eventos espontâneos organizados pelos próprios participantes. Ao todo, foram investidos R$ 10 milhões para realizar a CP Recife. Sessenta mil pessoas passaram pela área Expo, aberta ao público, no Centro de Convenções.

No geral, os campuseiros aprovaram a primeira edição do evento na capital pernambucana. “Achei bom ter espaços divididos, com palestras em cada lugar. Muitos brindes sendo distribuídos, que não deixa o ambiente morgar. A segurança também foi muito boa, assim como o acampamento. Só acho que algumas palestram pecaram pela falta de informação técnica”, opinou Luciano Simões.

“A Campus foi muito organizada, com bons conteúdos nas palestras, tipo a do Mike Comberiate, da Bel Pesce, de softwares livres, do Facebook. Só acho que poderia ocorrer em um local com hotéis mais próximos, porque não tem muitas vagas no acampamento”, disse Ariedson Nobre, que veio de Juazeiro do Norte, no Ceará.

Bel Pesce – A menina prodígio

Palestrante falou sobre sua história e sobre empreendedorismo sem medo de riscos

Em uma bancada bem próxima ao público, Bel Pesce começou a palestra de maneira divertida e dinâmica. “Eu não sei discernir realidade de sonho”, disse a paulista. Bel contou toda sua trajetória até o MIT e, dessa maneira, deixou o público mais “a vontade” para fazer qualquer pergunta ao final.

Em sua corriado ao MIT, Bel tinha três metas: aprender o máximo de disciplinas que puder; não aprender só a teoria, aprender e colocar em prática; conhecer diversas culturas. Todas elas foram cumpridas e guardadas para a vida de empreendedorismo da palestrante. “A maior meta da faculdade deveria ser nos ajudar a descobrir o que ama. Se vocês souberem de alguma que faça isso, me avisem”, comentou. Por pensar assim, Bel não seguiu a regra do MIT e cursou todas as cadeiras que podia, de japonês a coreografia moderna.

Depois de tanto estudar, foi trabalhar e colocar em prática tudo o que aprendeu. Dentre os diversos lugares onde trabalhou estão o Google e o próprio MIT, onde ficou na área de seleção, para descobrir o que eles procuram quando algum estudante pede admissão. Após essas experiências, se formou e foi para o Vale do Silício, lugar onde a tecnologia reina – as empresas Instagram, Dropbox e Google estão lá.

“Muitos de nós somos empreendedores sem saber. Acredito que toda mãe seja empreendedora, porque criou uma criança” disse Bel, que tinha uma incrível dificuldade de focar e criava diversos projetos para trabalhar. Mas, como a própria palestrante falou, chega uma hora que é necessário parar e dar atenção para um só trabalho. Foi pensando nisso que saiu do Google e foi criar a própria empresa, ao lado de um amigo argentino, que era seu ídolo por ser empreendedor desde tão cedo. Assim nasceu a Lemon, uma empresa inovadora, que vem ganhando mercado e mostrando que Bel e seu sócio estavam certos ao arriscar.

Para encerrar a participação – antes de abrir para o público – a jovem empreendedora falou do nascimento do livro “a menina do vale”. “Tenho o costume de escrever tudo o que acontece no dia. Até mesmo quem eu conheço naquele dia”, falou. Com todas essas ideias importantes, Bel viu a necessidade de divulgar para o grande público. “Não achei que fosse dar tão certo”, pontuou.

Já na hora de interagir com os participantes, a primeira pergunta, claro, foi sobre as estapas para a seleção do MIT. As recomendações de professores mais íntimos são primordiais. A escolha de um dos dois tipos de prova também. Além disso, Bel disse que o MIT gosta de pessoas que gostam de tudo e fazem as coisas com boa vontade. “Não precisa ser o melhor de todos, mas precisa ter interesse. As vezes a boa vontade é tão grande que a coisa dá certo no final”, respondeu.

Sobre a semelhança do Lemon com o Passbook da Apple, Bel falou que foi totalmente coincidência e que o Lemon foi criado antes, mas que a competição é válida no mercado. “O Lemon funciona em todas as plataformas, o da Apple não”, brincou.

Quando perguntada sobre vida profissional e social, Bel riu e disse que, em relação ao MIT, existem três escolhas e o estudante só pode escolher duas: estudo, amigos e dormir. Bel tirou o dormir da equação e escolheu a vida social, “É só uma questão de organização. Dá tempo de fazer os dois.”

Para finalizar sua participação no palco Sebrae, Bel diz que “a hora de arriscar é agora, quando a gente não tem nada a perder. Vivo dando sustos nos meus pais, que tem medo quando eu saio de um emprego estável, mas eles ficam tranquilos quando percebem que algo está dando realmente certo”, finalizou. Para os que seguem a carreira de sucesso dessa jovem empreendedora, tem projeto novo chegando, mas ela preferiu não falar nada mais aprofundado e deixou todos os participantes na curiosidade.

‘Preparados para a nova realidade?’, pergunta vice-presidente do Facebook

Executivo da maior rede social do mundo esteve na Campus Party Recife. Alexandre Hohagen falou sobre a revolução do marketing de influência.

Grande destaque na Campus Party Recife neste sábado (28), Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook para a América Latina, trouxe em sua palestra um tom de proximidade e vontade de dialogar com as regiões menos favorecidas economicamente, como é o caso do Nordeste. Por cerca de 45 minutos, ele explicou ao público, formado em sua maioria por jovens com menos de 25 anos, por que a cultura empresarial do Facebook é um case de sucesso nos dias atuais.

“Não temos muitos níveis hierárquicos, estimulamos a reflexão e a capacidade das pessoas pensarem juntas. No meu time, por exemplo, todos podem questionar. Temos uma cultura informal, despojada”. Essa afirmação traduz o espírito da maior rede social do mundo, que já possui cerca de 955 milhões de usuários. O compartilhamento de ideias e fotos, feito que tornou possível fazer do Facebook uma base de dados diferente de todas as outras já existentes, esteve presente no espírito da palestra.

‘Fail harder’
Para o Facebook, alguns preceitos são fundamentais: “done is better than perfect” (feito é melhor do que perfeito, ou seja, é melhor sempre entregar mesmo que não esteja de acordo com as suas expectativas); “move fast and break things” (mova-se rápido e quebre coisas ou parâmetros), além do “fail harder” (erre feio). Há 15 anos, esses preceitos seriam inimagináveis no mundo corporativo.

Hohagen mostrou que existem três plataformas da empresa como empreendimento: as páginas, os anúncios e as plataformas. O publicitário-marketeiro-jornalista também falou da evolução do marketing e da comunicação. “Há 15 anos, ele [o marketing] era feito em 180 graus. Depois, passou para 360 graus. Agora, ele tem de ser feito durante 365 dias por ano. Este conceito de agências em 360 graus é o menos importante. O que não pode faltar é iniciar e manter uma conversa com as pessoas 365 dias ao ano”.

O executivo também explicou o conceito de sociedade da informação instantânea e que, nela, a tecnologia está mudando, mas o comportamento humano, não. Ele destacou ainda a importância das redes sociais nas estratégias de marketing e relações-públicas das empresas. Falou da indústria de games e o seu desenvolvimento pelo conceito do “social by design”. “Há uma mudança na forma de se comunicar nesta geração, que deixou de ser linear. Destaco ainda que hoje existe a capacidade e o poder de armazenamento de dados, além da conectividade. Isso mudou tudo”, afirmou.

Atualmente, a rede social possui 955 milhões de usuários, dos quais 540 milhões acessam o Facebook via celulares, smartphones e tablets. Além disso, 550 milhões dessas pessoas acessam o FB todos os dias. Hohagen finalizou a palestra questionando: “o mundo está mudando e mudando muito rapidamente, mas o comportamento humano, não. Vocês estão preparados para esta nova realidade?”.

‘Acredito no Recife’
Em entrevista ao G1, o executivo comentou a realização de um evento como a Campus Party fora do eixo Rio-SP. “Eu acho sensacional a experiência dessa descentralização. Recife é um polo de tecnologia no País. A importância de vir aqui e compartilhar a minha experiência é profissional e há uma satisfação pessoal nisso também. Gostaria de influenciar as grandes empresas do eixo Rio-SP para vir aqui também. Acredito no Recife. Conheço o trabalho do C.E.S.A.R e acho que está na hora de dar espaço às pessoas daqui focadas em desenvolvimento”.

Perguntado sobre o que seria necessário para quem está começando e deseja trabalhar com redes sociais, Hohagen ressaltou a importância de saber o que se quer. “Pensar sobre isso é uma coisa que a gente faz pouco. Nos EUA e na Europa, há uma cultura de orientar melhor os jovens para saber quais são as suas reais habilidades. Além disso, o conceito de empresa mudou. Não existem mais os níveis hierárquicos. Algumas pesquisas apontam que o que as pessoas consideram essencial hoje em dia é o ambiente de trabalho e a capacidade de inovar dentro das companhias”, finalizou.

Formado em Jornalismo e Publicidade, com mestrado em Recursos Humanos, Alexandre Hohagen começou a carreira em 1987, na área de comunicação e marketing da Dow Chemical Company, onde passou de estagiário a gerente de relações públicas para a América Latina. Em seguida, assumiu cargos de liderança em multinacionais como a Boehringer Ingelheim e do ABN Anro Bank. Em 200, ingressou no UOL (Universo Online), trabalhando em diversas funções, como chefe de vendas globais nos EUA e vice-presidente de publicidade e e-commerce. Depois, tornou-se gerente geral da HBO no Brasil, onde liderou as operações de vendas de publicidade em canais premium. Em 2005, foi convidado a implementar o Google no Brasil, como gerente geral da companhia.

A trajetória em uma das gigantes da tecnologia decolou em 2008, quando foi nomeado diretor geral para a América Latina, operação que envolvia mais de 20 países e escritórios na Argentina, Brasil, Chile, Colômia, Peru e México. Desde fevereiro de 2011, é o vice-presidente do Facebook na América Latina e responsável pela implementação da empresa na região.

Campus Party também tem programação gratuita

Zona Expo irá trazer muitos debates e diversão para os visitantes

Com ingressos esgotados praticamente duas semanas antes do evento, algumas pessoas não devem ter conseguido adquirir sua entrada a tempo. Para os que moram na cidade, a feira traz a Zona Expo, área gratuita e aberta ao público em geral no qual será realizada a ação de inclusão digital, com a expectativa de aproximar três mil pessoas do universo da tecnologia.

A Zona Expo da Campus Party Recife funcionará do dia 27 ao dia 29 de julho de 2012, das  9h às 21h. O espaço de Inclusão é considerado um dos grandes orgulhos da Campus e traduz um dos principais objetivos do evento, que é aproximar pessoas da tecnologia.

Zona Expo terá programação gratuita para quem visitar a Campus Party

Os cursos são totalmente gratuitos, mas as vagas são limitadas. As instituições interessadas em participar da Inclusão Digital devem entrar em contato através do endereço  [email protected].

CUBO DE CONTEÚDO

A Vivo, patrocinadora do evento, trará sob curadoria do site especializado em Internet YouPix, uma agenda gratuita de atividades na Zona Expo da Campus Party. De 27 a 29 de julho, o Cubo de Conteúdo será palco de debates, palestras e atividades diversas que farão uma mistura de coisas divertidas e expressões culturais oriundas da internet (linguagem, webcelebridades, virais, memes, brinks, etc), além de assuntos ligados a comportamento, carreira e negócios digitais.

Entre os convidados, personalidades da internet como  PC Siqueira, Cid do Não Salvo,  Dani Arrais, Carol @TchulimTchulim Rocha, Jovem Nerd e Azaghal, Murilo Gun, Marcel do Byte Que Eu Gosto e Edney Souza.

Entre os destaques da programação:

– “A web no divã”, com Não Salvo, PC Siqueira e Cauê Moura “abrindo o coração” para alguma webcelebridade que atuará como terapeuta.

– “Escolha sua carreira!”: Bob Wollheim (sócio da SIXPIX Content e empreendedor serial) vai mediar um debate sobre carreiras na web, com Gina Gotthilf (Gerente de Internacionalização do Tumblr), Pedro Macedo e Pedro Nunes (diretores da Fingertips, do grupo .mobi) e Marcelo Salgado (gerente de marketing digital do Bradesco).

– Song Pop Live: Um desafio de Song Pop com a participação do público, concorrendo a prêmios.

– Humor.com: Uma discussão sobre o humor brasileiro com o comediante Murilo Gun, Cauê Moura (autor do canal Desce a Letra), Maurício Cid (do blog Não Salvo), Marcel Dias (do Byte Que Eu Gosto) e medição de Bia Granja (curadora do youPix).

– “Ativistimo de sofá, mobilizações e hashtags” Debate sobre o ativismo na web com Bia Granja, @tchulimtchulim, Thiago Neres (repórter do caderno de tecnologia do Diário de Pernambuco) e Dani Arrais (jornalista, co-criadora do Instamission e da contente.vc) debatem ativismo na web.

Confira a programação completa.

MEMES e NERDS

No palco Michelangelo, as atividades MemeShow e Epic Nerd Fight prometem promover muita diversão e competitividade entre os campuseiros.

No dia 27 de julho, às 21h30 no MemeShow, Bia Granja, curadora do youPIX, o maior festival de cultura de internet do Brasil, irá fazer uma viagem pela “meme-história” brasileira. Logo depois da apresentação, também acontecerá um debate com  Fernando Fontanella (professor da UNICAP, doutorando pela UFPE e pesquisador de mídias sociais e cibercultura) e Maurício Cid (autor do blog Não Salvo).

No dia 28 de julho às 20h e 15 haverá a Epic Nerd Fights, uma batalha de conhecimentos nerds que acontecerá na Arena da Campus Party. Com a presença de Alexandre Ottoni e Deive Pazos (Co-fundadores do Grupo Jovem Nerd), Caue Moura ( dono do canal no Youtube Desce a Letra, que possui 370 mil assinantes) e Pablo Peixoto (dono do blog Pérola para Porcos).